Sismaden – Um software do tipo "caixa branca"


Em entrevista para a INFO, edição março 2010, o coordenador do projeto Sismaden, Eymar Lopes, Ph. D em Geofísica e meio ambiente do Inpe, explica o funcionamento desse sistema além dos aperfeiçoamentos que o Inpe pretende fazer.

Vou contar uma história para que vocês tenha uma idéia da proposta:

Pensando em sair com a família para acampar e aproveitar o sossego da Natureza, José resolve fazer os preparativos, um check up do seu veículo, umas compras, arrumar as malas e pronto – Vamos partir pessoal?! – todos dentro do carro quando de repente, uma mensagem ao celular – Se você está pensando em acampar com a família nesta região, desista. Um forte temporal está previsto e a região corre risco de deslizamentos – era o Sismaden alertando José e sua família.

No dia seguinte José liga a televisão e os jornais noticiam a tragédia causada pelo deslizamento de terras após o temporal na região aonde pretendiam acampar.

Pois é, esse na verdade não é o foco inicial do Inpe na utilização deste sistema, mas é  o que poderá ser feito, alertas sobre desastres naturais que chegarão à defesa civil da sua região por e-mail e, nos casos mais graves, através de SMS, para que possam tomar medidas necessárias e evitarem maiores tragédias – ” A intenção é fornecer informações a toda a sociedade pelo celular. Em alguns países, como Estados Unidos, os moradores já recebem notificações sobre o risco de furacões. Na versão atual do Sismaden, consideramos que ainda é perigoso fazer isso. Precisamos de modelos matemáticos mais calibrados, além de mapas de risco atualizados anualmente.” (INFO – Março 2010;  pg 81). Ele ainda afirma que com estes aperfeiçoamentos futuros o Sismaden será capaz de fazer simulações em cima de dados coletados para prever, por exemplo, quantos metros o rio Tietê vai subir e se haverá enchentes.

Medidas estas adotadas, baseadas em previsões, claro, com todos os seus possíveis erros calculados, são necessárias também devido ao nosso descaso com a Natureza, o aquecimento global que é fato e que, para estes cientistas, tornarem esses desastres previsíveis já é uma grande vitória, porque poderão salvar vidas.

Não pretendo discutir aqui sobre esse nosso descaso, mas fica a dica, conscientização e o sincero agradecimento à estes cientistas – Até quando o investimento em pesquisas, sérias como essa e outras, e educação ficará para, sei lá, quarto/terceiro plano?

Fontes: Revista INFO, março 2010, pg 80-81  –  Dpi/Inep